terça-feira, 13 de maio de 2008

Fusões e aquisições, por Francisco José Viegas

Transcrevemos o artigo de opinião de Francisco José Viegas no blog da Ler.

«A compra, pelo grupo LeYa, das participações da Explorer Investments na área editorial, ou seja, aquilo que é conhecido como Grupo Oficina do Livro, constitui um marco na história da edição portuguesa. Nunca, até agora, um grupo económico e editorial conseguiu concentrar tantas marcas de edição, tantas empresas editoras outrora independentes, e ao mesmo tempo, deter um valor tão substancial em direitos de autores nacionais.

Essa concentração constitui, por si própria, uma mais-valia no mercado da edição. As «sinergias» e «energias» daí resultantes são um valor inestimável e importante. O grupo LeYa merece ser saudado pelas suas operações de aquisições e, de alguma maneira, distinguido pelo dinamismo que trouxe ao mercado editorial português. Tem, agora, responsabilidades acrescidas -- não apenas no capítulo da rendibilidade e da matéria financeira e económica, mas também no seu trato com autores e no capítulo da qualidade do seu trabalho. Com esta aquisição, incorporando o Grupo Oficina do Livro, incorpora também o know-how de editoras que mudaram o panorama editorial. António Lobato de Faria é um nome importante da edição portuguesa, para não mencionar o de Carlos Veiga Ferreira, que também já tinha sido associado à Oficina do Livro com a compra da Editorial Teorema. Tanto poder assim concentrado pode parecer perigoso. Certamente que o é. Mas é também uma garantia. E, se for perigoso, é-o sobretudo para o próprio grupo Leya, se não souber valorizar suficientemente a oportunidade histórica que tem entre mãos.»