sexta-feira, 28 de dezembro de 2007

As Benevolentes

A não perder hoje, no Ipsílon, o especial de 8 páginas (tema de capa) dedicado à obra As Benevolentes, publicado em Portugal pela Dom Quixote. Lamentamos somente que o site disponibilize poucas informações sobre esta obra - apenas encontramos as características mais técnicas e a breve sinopse da obra - que, como tem sido falado nos media, tem vários insights possíveis para ser comunicado.


Poderá tratar-se de uma má pesquisa da nossa parte; mas a ser assim (e reiteramos que poderá ser uma má pesquisa da nossa parte), parece-nos que se trata de uma daquelas situações em que o site não está ao serviço do boca-a-boca a que esta obra se presta.
Alguns exemplos, em parte referidos no artigo de Alexandra Lucas Coelho ("O caso Littell") publicado hoje no referido suplemento:
- o autor é americano mas escreveu em francês;
- a obra, tendo sido escrita em francês por um americano, ganhou o prémio Goncourt e o prémio da Academia Francesa;
- O livro está envolvido na polémica protagonizada pela sociedade culta francesa, tem se revoltado contra aquilo que chamam a «americanização da cultura francesa»;
- Vasco Pulido Valente, numa crónica do Público, indicou que «Se há possibilidade de compreender um executor da Solução Final, Les Bienveillantes é a aproximação mais verosímil»;
- Jonathan Littell é filho do autor norte-americano Robert Littell, cuja obra costuma ser arrumada «na prateleira dos romances de espionagem, guerra fria, CIA e etc.»;
- correram rumores que a obra teria sido escrita pelo pai do autor (ok... esta informação talvez devesse evitar ser dita);
- o autor pediu à Gallimard (editora original do livro) que se escrevesse a «primeira obra literária» e não o «primeiro romance», porque já escrevera uma obra de ficção científica cyber punk;
- o autor, tendo sido acusado de anti-semitismo, é descendente de judeus polacos;

O próprio autor, pela postura e declarações, é uma fonte interminável de possibilidades de comunicação - basta ler a entrevista para perceber porquê.