sábado, 17 de maio de 2008

No meio de todas as (con)fusões, onde ficam os autores?

Possidónio Cachapa responde:

«Dizem-me, por telefone, que fui comprado pela Leya. Eu e os outros que confiámos na Oficina, na Caminho, na D.Quixote, etc. Não sabemos nada do assunto, claro. Nem me parece que dessa venda reverta alguma coisa para as fontes de produção, vulgo, os escritores. Há-de ser mais uma coisa tipo escravos. Toma lá este que é bom para cortar cana, e esta que é boa parideira e passa para cá os luíses. Sobre este assunto, muita coisa terá de acontecer até que a poeira assente.

Entrentanto, a APEL faz finca-pé nos pavilhões nojentos onde nos recebe ano após ano. Para não haver ricos nem pobres, somos todos pobres. Era bom que tivessem juízo, nesta questão estético-ética.

Quem parece estar "atento ao mercado do livro" é o ministro da cultura. E contente, também, segundo os jornais (que a realidade raramente se compadece com a matéria escrita). Segundo os pasquins, José António Pinto Ribeiro, diz ver "com bons olhos" a constituição de monopólios editoriais (...) e que "o mercado do livro está em mutação acelerada e a concentração de editoras em grupos empresariais é um factor de desenvolvimento da língua portuguesa e da sua divulgação".Ou está a precisar de mudar de lentes ou eu - citando uma directora de produção amiga - não estou na posse de todos os dados...»